Gabanna

A comida é saborosa, bonita e de bom gosto, coisa inédita nesta cidade em que o brega sem qualidade detém monopólio. O ovo empanado é um acerto, os vegetais são vistosos, as proteínas, tratadas com esmero. Mas há uma notável dificuldade em nomear as coisas – algo que é previamente desculpado com a vaga repetição de que trabalham com ingredientes frescos e sazonais, podendo ocorrer indisponibilidade repentinas.

O “dus de arroz”, acredito que queriam escrever “duo de arroz”, é arroz negro e purê de abóbora (?). Os tomates marinados do principal são chamados de “tomates frescos confit” e vêm na entrada; os tomatinhos agridoces da entrada vêm no principal. “Saint peter” aparentemente não é mais o nome científico gourmetizador da tilápia, pode ser do cação também. Por fim, de sobremesa, pede-se “mousse” e come-se uma boa ganache. Será que o ovo e a gelatina para a mousse são sazonais?

É intrigante que a sazonalidade influencie tanto um cardápio definido semanalmente, que tilápia e arroz estejam fora de época, enquanto que morango e alface sejam os frescores “da estação”. É preguiça de dar os nomes certos aos bois? De avisarem, ao menos, que vão servir um peixe diferente do prometido no cardápio? Acredito que a preguiça compense em 99% dos casos. O duro é quando o 1% resolve aparecer.

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