Com um nome tão português, comida e salão tão bonitinhos, fica fácil simpatizar, difícil resistir. Puxo conversa, o chefe não é brasileiro, nem português, é colombiano. Por que Peixes, então? O antigo chefe era português. Os vinhos continuam lusófonos, a comida agora é uma bagunça gostosa de elementos sul-americanos, asiáticos e mediterrâneos. De couvert, pão lindo, excelente e tedioso do Maître Pierre, e uma pasta. Não dizem o que é, eu brinco de espectrômetro. Grão de bico. Ok, é um hummus. Inusitadamente dominado por aromas marinhos. Alga. É o toque japonês. Herbáceo. Tomilho? Tomilho. Acidez cítrica. Lima ou limão? Limão siciliano. Azeite. Maduro, amarelo, sem ranço, excelente e tedioso. Português. Gallo? Provável. Alho? Talvez, bem pouquinho.
Filé de dourado, peixe símbolo da culinária da riviera francesa. Abobrinha, cenoura, broto de soja e amendoim são o toque asiático. Caldo ligeiramente frutado e cítrico, leite de coco para quebrar, mas está tudo tão suave que existe nada para ser quebrado. Fresco, lindo, colorido, excelente e tedioso. O brownie desmancha na boca, mas o chocolate é meio-amargo confeiteiro sem sabor. Granita de leite e doce de leite, o toque sulamericano, não têm razão de existirem. Sorvete de wasabi ligeiramente picante, aromático e refrescante foi o que me fez escolher a sobremesa. Só tedioso, sem excelência. Fácil simpatizar, difícil insistir.


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