O Izakaya Hyotan em Curitiba foi até parar em tablóide inglês quando fotos íntimas descontextualizadas do dono vazaram em um alvoroço de moralismo sexual e sanitário. Imagina quando descobrirem que Ángel Léon, do tri-estrelado Aponiente, recomenda a chefes cozinharem pelado na cozinha de seus restaurantes para desestressar. Escândalo à parte, a cozinha oferece comida típica de izakaya e bons drinques. Nas entradas, um yakitori combina rusticamente shimeji borrachudo, bacon suave e defumado do carvão. O guioza, crocante embaixo depois de passar na chapa, é úmido, suculento e vegetal por dentro. Nos principais, o tonkatsu sequinho e crocante não leva sal, como no Japão. Vem com cogumelos desmaiados e karê de aromas preguiçosos que não acordam, nem com o agito do beni shōga. O acerto da noite é o oyakodon, que brinca com o contraste do ovo cru quebrado sobre arroz sem tempero e dos pedaços de frango macios, suculentos, dourados, intensos, complexos e caramelados. A cebola malemal suada é pálida, ácida, fedida e perfeita para refrescar o prato. Um drinque de uísque, bitter, vermute e laranja bahia equilibra bem amargor, doçura, acidez, punch do álcool e aromas cítricos. É um verdadeiro izakaya, comida e bebida despretensiosa para o cotidiano, por um preço quase cotidiano. Aguardo ansioso pela promessa de novidades no cardápio: suruba de guioza e orgia degustação.
Izakaya Hyotan
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