Porcelanas avulsas, almofadas em forma de pizza, parede de tijolos à vista, apenas mulheres trabalhando no salão, despojamento e despretensão que só pizzaria de bairro pode ter. Na mesa ao lado, sorrisos constrangidos, distância formal e conversa aos trancos denunciam ser um primeiro encontro. Pedem a especial do dia: burrata, rúcula, presunto parma e balsâmico. A garçonete da Supimpa em Curitiba avisa que só fazem no tamanho grande (pois vem uma única bolota inteira de burrata no meio). Na mesa nossa, uma pizza bonitona de massa ácida, bem alveolada e tostada nas beiradas. Metade coberta por brie com mais de um mês de idade, mel de menos e alecrim que instiga o paladar mesmo sendo desidratado. Metade coberta por abobrinha cortada irregular, malemal cozida, crocante, fresca, ligeira adstringência, escondida embaixo de queijo. Na mesa de lá, o casal vai embora sem levar a metade da pizza que sobrou. Santa heresia, onde já se viu abandonar pizza?
Supimpa
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