Schwartz’s

Algumas das batatas fritas estão verdes, outras podres. As pontinhas das batatas entram na dança também, o que tira a uniformidade da fritura, carboniza, libera radicais livres, acrilamida, acumula no fundo da fritadeira, degrada o óleo, fode (um pouquinho mais) com o meio ambiente e com a saúde dos clientes. Quem faz sua própria batata frita precisa também colocar purê no cardápio para separar as pontas e fritar apenas os palitos inteirinhos. No sanduíche, o picles é normalzão, a mostarda é normalzona, o pão é ruim, o pastrami é sem graça, zero defumado, zero especiarias, zero tudo. Talvez seja culpa da estufa em que guardam a carne, manter aquecida em vapor faz os voláteis volatilizarem, diluírem e degradarem. Considerando que é uma montanha de carne, provavelmente melhor que seja insossa, pois se fosse forte, seria enjoativa. Mas aí, é comer por comer, qual o sentido de uma montanha de carne se ela não tem sabor? Reforçar a masculinidade? Destruir o mundo? Não adianta rir dos negacionistas em Não olhe para cima, retweetar a Greta e não reduzir o consumo de carne. Em todo caso, na rivalidade entre Schwartz’s e Katz’s, a montrealense é melhor que a nova-iorquina e isso não quer dizer muito. A @Schwartzs_deli_mtrl pelo menos cozinha a carne por tempo suficiente para que os tecidos conjuntivos gelatinizem e fiquem mastigáveis. Seria mais um efeito estufa?

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