Esqueça a competição entre os gelatos mais chiques e caros de São Paulo, bom mesmo é tomar um soft serve de iogurte e leite condensado no @SESCSP. (Obrigado por me apresentar o sorvete, @NicholasPretto!) Tô falando sério? Seríssimo. É sensorialmente perfeito: azedinho, docinho, intensidade aromática relativamente suave, mas presente e permanente que nunca enjoa, nem desaparece por adaptação, cada colherada pede a próxima. E mais!, custa apenas R$4,20 (sem calda, mas sugiro sem calda mesmo) e tem gostinho de socialismo, pois o SESC é fruto de política pública em benefício dos trabalhadores.
Já falei sobre o Sistema S antes, mas me repito. Ele foi criado por Getúlio Vargas para transformar parte dos lucros patronais em benefícios aos trabalhadores. Aos curiosos, não, não são instituições públicas, mas são mantidas por uma contribuição (quando o imposto tem destino pré-definido, diferente do tributo, que pode ser usado para coisas diferentes) obrigatória sobre o lucro empresarial. O único problema é que quem escolhe e compõem os conselhos e presidências não são os trabalhadores, mas os patrões. Sem vergonha na cara e com a chave do cofre, eles distorcem a função social dessas instituições e as usam para se promoverem e beneficiarem.
Ainda assim, há muito o que se aproveitar nos SESC paulistas (os SESC são independentes entre estados). Mais que sorvete, há cafeterias, restaurantes e hotéis bons e baratos. Quem tem carteira assinada por uma empresa que contribui ao SESC (basicamente qualquer empresa de comércio e serviços) pode se associar gratuitamente e ter acesso a dentista, parques esportivos, piscinas, cursos esportivos e artísticos, e descontos nos restaurantes e hotéis. Pena que o número de carteiras assinadas no país caiu de 48 para 42 milhões entre 2016 e 2022, mesmo com a população em idade ativa crescendo de 165 para 180 milhões. O único consolo é que não precisa ser associado para tomar um sorvetinho. Mas é isso, ao trabalhador brasileiro, um sorvete e mais nada.
Amo o Sorvete do Sesc.💯💝
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